segunda-feira, 26 de março de 2007

Operadoras adotam modelo híbrido para IPTV

Há dois anos, parecia que a chamada IPTV, televisão sobre protocolo de internet, era a saída para as operadoras de telecomunicações completarem sua oferta de telefonia, vídeo e internet. A tecnologia permite ligar uma conexão de banda larga direto a um conversor, para assistir ao conteúdo na televisão. Por causa de impedimentos regulatórios, no entanto, precisaram buscar outras alternativas, como parcerias com empresas de satélite e a compra de companhias de TV a cabo.

A regulamentação não deixa as operadoras oferecerem canais de televisão por IPTV, usando em sua rede telefônica, de fios de cobre, somente vídeos avulsos, sem programação. Isso fez com que as companhias optassem por um modelo híbrido. A Telefônica fechou um acordo de TV via satélite com a DTHi e a Brasil Telecom e a Telemar com a Sky+DirecTV. A Telefônica espera a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) se manifestar sobre a compra da TVA e a Telemar sobre a compra da WayTV, de Minas Gerais. Enquanto isso, todas tocam seus pilotos de IPTV.

"Em seis meses, tecnicamente, poderemos ter caixas híbridas, com satélite e IPTV, por exemplo", afirmou Pedro Ripper, presidente da Cisco do Brasil, fabricante de equipamentos. Neste caso, os canais de televisão poderiam vir por satélite e o vídeo sob demanda, que o espectador escolhe a hora em que quer assistir, por IPTV.

Nos Estados Unidos, a AT&T lançou um serviço chamado Home Zone, que mistura televisão por satélite e vídeo por banda larga direto na televisão. O conversor tem um disco rígido de 250 gigabytes e dois controles remotos com teclado alfanumérico.

Semana passada, na entrevista em que anunciaram a parceria com a Sky+DirecTV, os presidentes da Telemar, Luiz Eduardo Falco, e da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher, disseram que o IPTV não é para já. "A IPTV vai demorar alguns anos para se tornar realidade", disse Ricardo K., como é conhecido o presidente da Brasil Telecom. "O sistema precisa de 6 megabits por segundo de alta qualidade e sempre. Aqui as velocidades são muito reduzidas."

O IPTV é uma tecnologia nova, que ainda não se provou em larga escala. As operadoras precisariam fazer grandes investimentos em rede para garantir o seu funcionamento. A maior barreira, no entanto, é regulatória. Como elas só poderiam oferecer vídeo sob demanda, o modelo de negócios não se sustenta.

O consumidor dificilmente assinaria um serviço de programas à la carte das teles e outro com grade de canais de uma segunda empresa. Uma caixa híbrida, como a da AT&T, ajudaria a resolver o nó regulatório, que inclui, além de impedimentos por escrito, a demora da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em aprovar ou rejeitar a compra de empresas de TV paga por teles.

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